quarta-feira, 20 de abril de 2016

Campanha de RPG: Prólogo/Expedição a Ilha Kroa!

Saudações RPGisticas!

Após quase um ano jogando RPG via Watsapp, eu e meus jogadores percebemos o potencial da estória que contávamos.

Eis ela então. Cada momento da aventura será um capítulo dessa estória cheia de ação, aventura e mistérios! Que seja um modo das pessoas que não conhecem esse jogo fascinante vejam os mundos incríveis criados pela força da imaginação.

Clique no link abaixo para ler o Prólogo via Wattpad ou pode ler aqui mesmo na postagem. Vou postando as atualizações a medida que edito!
Boa leitura!

20/04/2016 - PROLOGO: CONVERSA DE ESTALAGEM

30/04/2016 - CAPÍTULO 01: HERÓIS IMPROVÁVEIS

Olá! Que bom que pode vir tão rapidamente a uma estalagem tão distante.
Sente-se e pegue uma bebida. Esta conversa precisa disso, pode acreditar! Vou lhe relatar o que aconteceu com o grupo de aventureiros que fazia parte e lhe fazer uma proposta que espero que aceite.

Nós entramos em um covil de monstros no Pântano das Cobras. Fomos lá com a certeza de uma vitória fácil, uma aventura rotineira. Porém, desconhecíamos o poder do senhor daqueles domínios. O covil era um complexo de tuneis muito elaborado, repleto de mortos-vivos e armadinhas. Quando vários de nós estávamos feridos pelos monstros que infestavam as câmaras, ele nos atacou. Típico dos servos do Deus da Traição.

Você precisava ver. Era gigantesco.

O Homem-serpente que guardava a Orbe do Dragão estava com a supremacia do confronto. Suas escamas eram mais resistentes que muitas armaduras. Saltando de seu rosto humanoide, suas presas vertiam veneno. Sentíamos o poder de suas toxinas a cada ataque, que nos debilitou e quase nos matou. Se não fossem os encantamentos de proteção que lançamos antes de entrar nas câmaras, nem estaria aqui para lhe contar o que aconteceu.

A cada golpe de seus braços poderosos, o monstro quebrava nossa formação de ataque e nos separava, nos forçando a correr pelos tuneis por caminhos distintos até a última câmara de seu complexo. Sua ferocidade era equivalente a minha, que passei anos de minha vida como caçadora de monstros.

Quando entrei no salão principal, eu já estava sozinha. O monstro me aguardava no centro do cômodo, com um olhar malicioso e mortal e uma gigantesca cimitarra em suas mãos. Teria que me segurar alguns minutos contra ele até que os outros chegassem.

Não sou boa em combater defensivamente, então avancei.

Minha súbita corrida o pegou desprevenido. O golpe de sua cimitarra foi vacilante. Desviei do ataque e saltei sobre ele. A minha manopla mágica reagiu a sua presença. Era preciso ataca-lo com toda a força para que surgisse algum dano. O encantamento de minha manopla fluiu para a espada, que brilhou em dourado. Era meu último uso do encanto. Era minha última chance.

E o desgraçado defendeu o golpe.

O choque com a cimitarra do monstro foi como bater em uma parede de pedra. Meu encanto se dissipou. Mas não parei.

Assim que toquei o solo, girei e golpeei seu flanco. O segundo corte foi profundo. Golpearia mais se não tivesse sido atingida. Também sei fazer golpes maliciosos, sabe?

Mas é difícil ser sorrateiro com uma cobra.

Súbito, o mundo todo girou. Tinha recebido um golpe muito forte e estava em pleno ar, sem controle. Não tinha contado com a força do rabo do monstro, que surgiu de repente e me jogou longe. Caí dentro do corredor por onde entrei. Minha espada voou para outro lado. Estava exausta e ferida. O monstro ganhou. Ele emitia um ruído, um chiado. Pareciam risos.

Foi quando senti sua presença. No fundo do corredor uma luz rubra surgiu. Não era uma luz comum, como a de uma tocha que treme perante o vento e o frio. Era a luz criada pelas forças arcanas. O brilho de uma conjuração.
-De minhas mãos flui o poder que emana do coração incandescente da terra!!! Merazoma!!! - O grito grave chegou aos meus ouvidos. Uma flecha de fogo cruzou o corredor como um falcão em perseguição. A energia chocou-se com o Homem-serpente.

E explodiu violentamente.

O cômodo ficou repleto de chamas que trucidaram tudo. Móveis, tapeçarias e estatuas foram aniquiladas pela força do encanto. Toda a câmara tremeu perante o impacto da gigantesca bola de fogo que atingiu em cheio a criatura.
O monstro jazia no centro da cratera, onde até o assoalho tinha derretido.

Os sons caóticos do combate foram substituídos pelo som solitário dos passos de Tâmis em minha direção.

Sua armadura prateada estava impecável. Uma capa vermelha protegia suas costas e escondia a bainha de Muzarum, sua lendária espada. Tâmis é o único mago que conheci ser capaz de conjurar encantos através de uma espada. Mas ele não é um indivíduo qualquer.

Eu só conhecia Deuses através dos clérigos. Eles evocam a força de seus mestres divinos para executar suas magias. Sua devoção e disciplina são abençoadas por seus patronos divinos.

Mas quando conheci Tâmis, vi um mortal que chegou a Divindade. Após quase 400 anos de vida, o mago elfo conseguiu adquirir a Centelha, o poder dos Deuses.

Tâmis de Anthar é um ser que transcendeu sua existência como mortal. Ele também era Tâmis, o Deus da Vingança Élfica.

-Desculpe a demora. Os mortos-vivos da outra câmara eram muito numerosos, mas foram aniquilados. Agatha, como o Tengo está? Ele estava bem ferido. - Ele me perguntou, sem tirar os olhos do monstro caído. Devia estar analisando o inimigo que, apesar de seriamente ferido, não estava morto.

-Ele está com Slash. Estavam no outro lado da sala. Essa sua magia não os teria acertado?? - Observei enquanto me levantava. A batalha não terminara.

-Não... minha magia tem contingências para não acertar aliados. Vou cuidar desse monstro e procuraremos por eles. - Sua voz estava calma. Aquela situação mortal era corriqueira para ele. Não era como eu, que sempre deixei a fúria me levar através do combate.

Ele avançou. A medida que se aproximava do gigantesco homem-serpente, começava a gesticular e murmurar outro encantamento.

O monstro se levantou. A ameaça de Tâmis era tão evidente que o obrigou a fazer seu último esforço. Agarrou sua gigantesca cimitarra e urrou mais uma vez. Agora, o tom era outro: Era possível sentir o desespero em seu lamento.
Tâmis apontou sua espada para o monstro. A volta do elfo, sugiram varias flechas feitas de chamas azuladas.

-As luzes élficas são a guia de minha fúria. Dardos Místicos!!! - Uma das flechas voou rapidamente, em direção ao monstro.

O Homem-Serpente girou a cimitarra e golpeou a flecha. Quando tocou o brilhante projetil, ele se tornou uma teia de pequenos relâmpagos que destruíram a arma e carbonizaram a mão do monstro.

Ele se virou para fugir. Se atravessasse a sala e entrasse no corredor, poderia se embrenhar nos túneis e escapar do elfo.

As demais flechas partiram. O monstro é atingido várias vezes e cambaleou em direção ao corredor.

-Você pode se vingar dele, Tengo. - Tâmis comentou calmamente.

Um vulto saltou do corredor por onde o monstro fugiria. Um traço de luz prateado cruzou seu pescoço. A cabeça do Homem-Serpente se destacou do corpo. O monstro arregalou os olhos surpreso, ao sentir a ausência de seu corpo. Quando sua cabeça chegou ao solo, fechou os olhos em uma expressão estranhamente aliviada.

-Era o Destino dele cair para minha foice. - O Druida vestido com um pesado manto de linho abaixou sua arma e se aproximou de Tâmis.

Já tinha me aventurado com Tâmis, mas Tengo era quase uma lenda para mim naquela época. O mais poderoso Druida do mundo. Outro herói que ascendera a divindade. O Deus do Destino. Nunca soube com certeza se ele anteviu o que estava para acontecer. Afinal, ele conhece o Destino das pessoas, não é?

-Esse cara deu um trabalho monstro. - Smash apareceu já carregando um baú com tesouros.

-Menos para você! Ficou correndo pelas câmaras sem nos esperar! - Adverti ele. Smash podia ser o Sumo-Sacerdote do Deus dos Ladrões, mas teria que trabalhar em equipe.

-Desarmei quatro armadilhas no caminho que você passou, moça. - Ele me ignorou e foi até Tâmis.

-Era isso que procurávamos? - Ele tirou de uma sacola uma esfera.

Era a Orbe do Dragão.

Você conhece as histórias. Aquela Orbe era o Olho fossilizado de um poderoso Dragão Vermelho.

-Que bom que chegamos a tempo. Nas mãos erradas, esta Orbe seria disputada por Reinos inteiros. Seu poder arcano poderia virar o jogo em uma guerra entre nações.

Tâmis pegou o objeto e retornamos, com a satisfação de dever cumprido. Destruir Orbe era importante, assim nenhum vilão a usaria para seus propósitos. Missão cumprida.

Pelo menos era isso que achávamos.

Quando saímos das câmaras e vimos a luz do dia, Tâmis caiu pesadamente no chão. Quando fomos acudi-lo, uma aura de energia negativa cobriu seu corpo. Essa aura se tornou um turbilhão de trevas que ganhou volume e ele... se transformou....

Em um Homem-Serpente.

Com muito custo, conseguimos domina-lo antes que retornasse as câmaras. O aprisionados em um templo da Deusa da Vida. Em seus poucos momentos de lucidez, ele chamou por você.

Um jovem com armadura prata e vermelha observa a guerreira. Tudo aquilo ainda soava estranho. Por fim, ele pergunta:

-Mas e os amigos dele. E o Slash?

-Retornou para sua Confraria de Ladrões. Está reunindo informações. - Agatha lamenta com a cabeça.

-Tengo também busca informações?

-Não. Ele foi destruir ou ocultar novamente a Orbe do Dragão. Já deve estar longe. - A guerreira lamenta – Ele não deve nos ajudar nessa empreitada.

-Então, você me chamou aqui porque quer que eu salve Tâmis de Anthar, o Deus da Vingança Elfica? Toda essa ladainha foi para me deixar tocado e tentar resgata-lo? - O rapaz se levanta da mesa e encara a guerreira ferida.

- Você sabe como ele é importante. Ao se tornar o Deus da Vingança, Tâmis trouxe outra visão para esse tipo de crença. Ele freou os ímpetos de muitos em resolver os seus problemas com sangue. Enquanto ele estiver amaldiçoado, seu poder pode ser roubado.

Agatha para um instante. Percebe que suas palavras realmente não tocavam o jovem.

-Suas vidas seguiram caminhos distintos. Não, eu não quero que você salve o poderoso Deus da Vingança. Quero que salve Tâmis de Anthar, o seu pai.

O jovem muda de expressão. Poucos sabiam que ele, um devoto do Deus da Guerra, era herdeiro de tão famoso herói.

-Renk de Anthar, vocês tem o mesmo sangue. Se ele te chamou quando estava tomado pelo desespero, é porque deseja ser resgatado pela sua força. Que você seja seu herói.

-Muito bem. Eu aceito. - Renk bebe de uma vez a cerveja da caneca e se afasta da mesa. No seu intimo, sabia da urgência da situação. Mas não conseguiria fazer tamanha missão sozinho.

Precisava de mais heróis. Precisava de pessoas que carregavam o mesmo sentimento dele.

O desejo de romper as amarras com seus heroicos pais.

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